13 Reasons Why 4° Temporada Crítica
- Vinicius Monteiro
- 14 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de abr.
★★☆☆☆
Após acompanhar três temporadas repletas de reviravoltas, testemunhei o desfecho de "13 Reasons Why" com a quarta e última temporada. A trama, que se desenrolou diante dos meus olhos, concentrou-se em Clay e seus amigos, enquanto lutavam para lidar com as consequências da morte de Monty e as investigações que se seguiram.
A quarta temporada se revelou uma assombração prolongada, onde cada personagem carregava o peso da culpa. Fui testemunha de um grupo de adolescentes gritando uns com os outros, expondo suas mágoas e ressentimentos.
O grupo de personagens, que se autodenominavam "amigos", demonstrou mais preocupação com a lealdade do que com a genuína afeição uns pelos outros. Presenciei suas lágrimas ao clamarem por "justiça para todos os adolescentes feridos", após terem assassinado o agressor na terceira temporada e escapado impunes. E, para minha surpresa, todos eles ingressaram na faculdade, dançaram no baile de formatura e proferiram discursos vazios na cerimônia de formatura.
Um dos erros cruciais da série foi abordar temas profundos com uma superficialidade alarmante. Na quarta temporada, testemunhei a exploração de assuntos como ativismo, opressão, trauma sexual na infância, recaída no abuso de substâncias e doenças terminais, todos tratados com uma falta de profundidade e importância.
Os episódios, interminavelmente longos, testaram minha paciência ao extremo. A série, com suas tramas e subtramas rasas, esticou e enrolou cada cena ao máximo, como se desafiasse minha paciência e inteligência.
Clay, um personagem que me acompanhou desde o início, finalmente sucumbiu a uma doença mental. Testemunhei sua luta contra ataques de pânico, paranóia, dissociação, alucinações e estados de fuga, todos retratados como um horror psicológico e demoníaco. Essa, talvez, tenha sido a única parte da última temporada que me causou algum impacto.
"13 Reasons Why" transformou-se de um drama adolescente em uma saga de tribunal, depois em um mistério de assassinato e, finalmente, em um thriller psicológico em sua temporada final. A série perdeu a capacidade de gerar empatia com os temas abordados e com seus personagens. É lamentável que não tenham se esforçado para encerrar a série com um mínimo de dignidade.
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