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A Estrada Resenha

  • Foto do escritor: Vinicius Monteiro
    Vinicius Monteiro
  • 1 de jul. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de abr.

A Estrada Resenha

★★★★★


Num futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. As cidades foram transformadas em ruínas e pó, as florestas se transformaram em cinzas, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos. Um homem e seu filho não possuem praticamente nada. Apenas uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com algumas balas, para se defender de grupos de assassinos. Estão em farrapos e com os rostos cobertos por panos para se proteger da fuligem que preenche o ar e recobre a paisagem. Eles buscam a salvação e tentam fugir do frio, sem saber, no entanto, o que encontrarão no final da viagem. Essa jornada é a única coisa que pode mantê-los unidos, que pode lhes dar um pouco de força para continuar a sobreviver.


 

"A Estrada" é mais que um relato apocalíptico, é uma comovente história sobre amadurecimento, esperança e sobre as profundas relações entre um pai e seu filho. Em uma entrevista concedida em 2007 para Oprah Winfrey no The Oprah Winfrey Show, Cormac McCarthy disse que a inspiração para a obra veio durante uma visita a El Paso, Texas, acompanhado do filho, cerca de quatro anos antes. Imaginando com o que a cidade poderia se parecer no futuro, ele imaginou "fogos nas colinas" e pensou no filho. Fez alguns apontamentos preliminares, mas só voltou ao assunto vários anos depois, na Irlanda. Então, a história surgiu de forma rápida e ele a dedicou ao filho, John Francis McCarthy.

 

No livro você seguirá pai e filho caminhando pelo mar em um mundo pós-apocalíptico. Os seres humanos são hostis. Deus talvez não exista nesse mundo. Nossos dois personagens vivem o dia a dia tentando sobreviver. Sem perspectiva positiva, chuva e frio bloqueiam seu progresso. A raça humana está quase extinta.


 

A atmosfera que "A Estrada" traz ao fazer essa leitura é de perturbação, o mundo em que pai e filho vivem é de terror e desespero. Eu li esse livro sem fazer nenhuma pausa de tão cativante ele é. O suspense e o mundo apocalíptico entre em contraste com a escrita objetiva e com os diálogos simples, porém fortes e profundos.

 

McCarthy, entrega uma obra escrita de maneira simples, objetiva e curta, mas ainda sim, extremamente bela. O autor apresenta um conto convincente de sobrevivência, mas um tipo diferente de sobrevivência, o das nobres qualidades da natureza humana: benevolência, perdão e amor.


 

"A Estrada" nos lembra que o mal pode florescer, vencer e destruir, mas o bem encontrará uma maneira de continuar a existir. A qualidade boa do ser humano é um exercício que escolhemos praticar, independente das circunstâncias. A obra me trouxe uma mistura de sentimentos, apesar de se passar no fim do mundo e entregar um final muito triste, a história nunca chega a ser deprimente, no final a leitura é esperançosamente edificante.

 

O romance foi premiado com o Pulitzer Prize for Fiction e o James Tait Black Memorial Prize de 2006 na categoria Ficção, e foi escolhido para a seleção do Oprah's Book Club. Um filme baseado no romance foi lançado em 2009. John Hillcoat assume a direção, e a adaptação foi escrita por Joe Penhall. O papel principal foi interpretado por Viggo Mortensen e Kodi Smit-McPhee fez o papel do filho. Robert Duvall, Guy Pearce e Charlize Theron também estão no longa-metragem.


 

"A Estrada" é chocante, amoroso, inovadoramente impressionante, lindamente escrito. Li sem respirar. No fundo, a obra é sobre o forte amor entre o pai e o filho, e os grandes esforços que um pai fará para proteger seu filho e mantê-lo vivo diante de terríveis adversidades.

 






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