A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971) Crítica Cinematográfica

★★★☆☆

Charlie Bucket (Peter Ostrum) é um menino pobre, que acha um dos cobiçados "bilhetes dourados" que dão direito a um carregamento vitalício de chocolates Wonka, além de poder conhecer a misteriosa fábrica de chocolates. Ele e mais quatro crianças passeiam pelo lugar, mas Willy Wonka (Gene Wilder), o dono da fábrica, não é um tio gente-boa e sim uma figura manipuladora. As crianças, ao mesmo tempo em que mergulham de cabeça nos seus desejos, pagam um preço por isso, pois pensando melhor a analogia mais perfeita não é com a Terra de Oz, mas com o Jardim do Éden: encantador, mas território da serpente.

"A Fantástica Fábrica de Chocolate" se inicia com um longo primeiro ato que detalha exaustivamente a busca pelos ingressos dourados, o que torna a entrada na fábrica em si um tanto anticlimática. Como musical, o filme apresenta duas músicas marcantes: "The Candy Man" e "Oompa Loompa Song", ambas revisitadas diversas vezes com letras diferentes. As demais canções, no entanto, são consideradas esquecíveis.

Apesar das falhas, o elenco do filme é um ponto forte. Peter Ostrum, em seu único papel no cinema, entrega um Charlie adorável, enquanto Jack Albertson brilha como o vovô Joe. Entre o elenco de apoio, Julie Dawn Cole se destaca como a mimada Veruca Salt, cuja caracterização supera a versão do remake de Tim Burton.

A fábrica de Wonka, em vez de um lugar mágico e convidativo, é retratada como um ambiente sinistro e excêntrico, povoado por anões e repleto de máquinas punitivas para as crianças malcriadas. Gene Wilder, como Wonka, oferece uma performance memorável, mas o ritmo irregular do filme e a direção de Mel Stuart não permitem que o personagem alcance todo o seu potencial.

A nostalgia exerce um papel fundamental na avaliação moderna de "A Fantástica Fábrica de Chocolate". Muitos aspectos da produção, como a música e os efeitos visuais, são considerados datados. No entanto, para muitos membros da Geração X, o filme representa uma experiência marcante da infância.

"A Fantástica Fábrica de Chocolate", apesar de suas falhas e elementos questionáveis, possui um certo charme nostálgico que o torna atraente para alguns espectadores. Se comparado ao remake de Tim Burton, a versão de 1971 se mostra inferior em diversos aspectos.

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