A Última Batalha Resenha
- Vinicius Monteiro
- 21 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de dez. de 2024

★★★★★
À luz de uma enorme fogueira crepitante, a última batalha de Nárnia está prestes a acontecer. O rei Tirian, ajudado corajosamente por Jill e Eustáquio, terá de enfrentar os cruéis calormanos, num combate que decidirá, finalmente, a luta entre as forças do bem e do mal. Mas, com tantas dúvidas e confusão ao redor, conseguirá o rei Tirian manter-se firme na hora mais negra de Nárnia?
'A Última Batalha' é um dos livros mais tristes de toda a série 'As Crônicas de Nárnia'. Aqui vai um grande spoiler, a nossa terra fantasiosa preferida será destruída, nós leitores não iremos mais voltar ao mundo de Nárnia. O autor C. S. Lewis deixa um pouco de esperança acerca de um possível pós-Nárnia com aventuras e emoções, mas o sentimento de tristeza é inevitável no fim dessa série fantástica.
C. S. Lewis exibe uma narrativa amarga e abrangente com muito cinismo. Nos volumes anteriores de Nárnia, as obras abordavam temas do bem contra o mal, essa última parte de 'As Crônicas de Nárnia' é muito sombria e às vezes confusa. Com um tom quase deprimente, 'A Última Batalha' pode ser uma leitura complexa para os leitores mais jovens.
Eu fiquei bem preso em 'A Última Batalha', não só por estar apreensível pelo fim da saga, mas pela história também. No último volume o leitor acompanha os acontecimentos que levam a destruição de Nárnia, que é causada pela falta de crença dos Narnianos em Aslan, e pela ambição de um Macaco que utilizando-se da ingenuidade de um Asno, acaba criando um "falso" Aslam e enganando a todos os Narnianos visando tão somente seus próprios interesses e benefícios. A obra vai levar o leitor a uma viagem pela terra Nárnia e a aventura nos apresenta novos lugares.
O clímax do livro é superficial, como se trata de uma obra infantil, o autor não se prolonga e nem exagera sobre a natureza do bem e do mal, Lewis apenas pressiona os botões emocionais para o tema. O livro é todo voltado para uma despedida, mas essa última batalha é épica e o final foi simplesmente emocionante.
'A Última Batalha' também traz uma crítica à tirania moderna sobre as pessoas e a terra, claramente sendo exposta através do personagem Manhoso, um macaco falante, que ao encontrar uma pele de leão, arquiteta um plano maquiavélico de vestir seu amigo Confuso, um jumento, com a pele e apresentá-lo como Aslam. O macaco passa então a persuadir os animais falantes, usando a fé e o medo de todos que acreditam em Aslam para saciar seus desejos egoístas.
Para falar bem honestamente, apesar de ter ficado bem triste com a destruição de Nárnia foi incrível a reunião dos personagens que amamos, as lembranças as maravilhas e toda a fantasia e espiritualidade que o volume todo sucinta. 'A Última Batalha' tem um forte sentimento de nostalgia, pois o autor cita em um dos diálogos vários personagens que apareceram nos livros anteriores.
Todas os livros da série foram fabulosos, em alguns momentos ficavam um pouco monótonas, para logo em seguida fazer o leitor embarcar na aventura novamente, mas neste último volume, o estilo da história é muito diferente dos outros seis livros, a Nárnia que visitamos é escura, horrível e muito séria. Assim que você termina o livro dá vontade de começar a ler 'As Crônicas de Nárnia' tudo de novo. Esse final da série nos remete a muitos acontecimentos bíblicos, nos faz lembrar valores como lealdade, amizade, fé, ambição, consumismo, traição e uma vida após a morte que espera a todos nós.
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