Blade Runner: Black Lotus Vale a Pena Assistir?
- Vinicius Monteiro
- 17 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: há 4 horas
Olha só, se você curte o universo de Blade Runner, com aquela atmosfera cyberpunk carregada de mistério e reflexões sobre o que nos torna humanos, então presta atenção aqui. "Blade Runner: Black Lotus" se encaixa ali no meio da cronologia, um elo perdido entre o "apagão" e os eventos de "Nexus Dawn". Acompanhamos a jornada de Ellie, uma replicante que acorda totalmente perdida, sem memória nenhuma, e com essa marca enigmática de uma lótus negra no corpo. Imagina a confusão! No meio dessa amnésia, ela encontra um dispositivo cheio de informações cifradas e, enquanto tenta se orientar na imensidão caótica de Los Angeles, uns caras barra pesada a atacam. É nesse momento de perigo que flashes de memória vêm à tona, revelando seu nome e um lar distante. A série te convida a desvendar esse quebra-cabeça junto com ela, tentando descobrir quem Ellie realmente é e qual o seu propósito nesse mundo distópico.
Sei que depois de tantos anos do clássico do Ridley Scott e da sequência impactante do Villeneuve, talvez você esteja com o pé atrás sobre mais uma adição a essa história. Eu entendo! Mas os diretores Aramaki e Kamiyama mostram que sacaram a essência do que faz Blade Runner ser tão atemporal e fascinante. Eles pegam essa Los Angeles futurista, quase um cenário pós-apocalíptico sombrio, e a usam como pano de fundo para a busca intensa de Ellie por significado e, acredite em mim, por vingança.
Nos primeiros episódios, confesso que o visual e a ação já dão um salto de qualidade em relação a outros trabalhos dos diretores. Tem umas cenas que te pegam de jeito, como a Ellie banhada naquela luz verde neon dos caminhões autônomos, ou a luta final do segundo episódio, com ela empunhando uma katana sob um brilho vermelho etéreo. É de encher os olhos!
A forma como os dois primeiros episódios são estruturados, pulando entre o despertar de Ellie no deserto e os dias seguintes em Los Angeles, pode te deixar um pouco perdido no começo, confesso. Mas pensa bem, essa desorientação te coloca exatamente na pele da Ellie, tentando processar um mundo cheio de estímulos desconexos. É uma imersão na confusão dela.
A trama demora um pouquinho para engrenar, focando em estabelecer a busca de Ellie e o estado desse mundo futurista. Mas calma, porque logo essa lentidão se transforma em uma narrativa neo-noir de ficção científica viciante, cheia de reviravoltas e tensões.
E a Ellie? Ah, no começo ela parece só mais uma peça nesse tabuleiro. Mas depois daqueles episódios iniciais mais lentos e confusos, ela ganha uma força incrível, uma autonomia que te faz torcer por ela. Aos poucos, as peças do seu passado vão se encaixando, e essa construção gradual da sua história é muito promissora. A sensibilidade adulta com que a série aborda as questões existenciais da Ellie realmente faz "Blade Runner: Black Lotus" valer a pena.
Sim, a série captura aquela vibe sombria e estilosa do filme original de 82. Mas sendo sincero, a animação em CGI às vezes deixa um pouco a desejar. A série começa meio tropeçando, com essa confusão inicial e um ritmo mais lento. Mas te garanto que, aos poucos, ela ganha corpo, com novos personagens, uma trama mais intrincada e cenas de ação que te prendem na tela.
Então, vale a pena assistir? Se você é fã de Blade Runner e curte uma história com mistério, ação e reflexões profundas sobre identidade e humanidade, mesmo com alguns tropeços na animação e um início mais lento, eu diria que sim, vale a pena dar uma chance. A jornada de Ellie é cativante e a forma como a série se conecta com o universo Blade Runner é muito interessante. Só tenha um pouco de paciência no começo, que a recompensa vem!
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