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Breve Miragem de Sol Crítica Cinematográfica

  • Foto do escritor: Vinicius Monteiro
    Vinicius Monteiro
  • 3 de mar.
  • 4 min de leitura
Eryk Rocha, Fabrício Boliveira, Breve Miragem de Sol Crítica, Breve Miragem de Sol, crítica, filme, cinema, longa-metragem, crítica de filme, crítica de cinema, blog de cinema, site de cinema, blog de filme, site de filme, cinema em casa, sites de filmes, site do cinema, site de filme, site de streaming, streaming, site streaming, filmes, filmes de cinema, filmes cinema, site de filmes de cinema, filme, filmes no cinema, resenha crítica de um filme, resenha de um filme, resenha crítica de filme, resenha crítica de um filme, crítica de filmes, resenha de filmes, resenha crítica filme, resenha crítica, crítica, resenha de filme, resenha crítica de filme, análise crítica, análise de filme, análise cinematográfica, crítica cinematográfica, netflix, filme netflix, disney plus, hulu, disney plus filme, filme disney plus, filme hulu, amazon prime video, prime video, prime video filme, filme prime video, história de bastidores, bastidores, bastidor de filme, bastidores de cinema, por trás das câmeras, prime, filme prime, prime filme, hbo, hbo filme, filme hbo, hbo max, hbo max filme, filme hbo max, frases facebook, frases de facebook, frases para facebook, frases instagram, frases para whatsapp, frases tumblr, frases para instagram, frases twitter, frases para perfil, frases para foto sozinha, frases para status, frases tumblr amor, frases para face, frases para o facebook, frases de amor tumblr, frases para fotos sozinha, frases de indiretas, frases tumblr para fotos, frases para twitter, frases para orkut, frases bonitas para facebook, frases para foto, frases para status do whatsapp, frases de superação, frase, frase de filme, frases do filme, frases filmes, frase de filmes, frases de filmes, frase do dia, frase de amizade, frase de felicidade, frase de efeito, frase de motivação, simbologias, simbologia, simbologias nos filmes, simbologia dos filmes, filmes simbologias, mensagens subliminares, mensagens subliminares dos filmes, filmes mensagens subiminares, filme mensagem subliminar, mensagem subliminar, subliminar, easter eggs, easter eggs nos filmes, easter eggs dos filmes, drama, filme de drama, thriller, romance, filme de romance, terror, filme de terror, horror, filme de horror, mistério, filme de mistério, ação, filme de ação, aventura, filme de aventura, animação, filme animado, filme de animação, curiosidades, curiosidades de filme, filme curiosidades, suspense, filme de suspense, comédia, filme de comédia, lista de filmes, lista de filmes de terror, os melhores filmes, lista de filmes de romance, lista de animações, lista de filmes de horror, lista de filmes de ação, lista de filme de drama, lista de filmes de mistério, lista de filmes de ficção científica, lista de filmes de suspense, filmes baseado em livro, lista de filme de aventura, lista de filmes familiar, lista de filmes de natal, lista de filmes para crianças, lista de filmes de thriller, aventura animal, filme aventura animal, drama adolescente, filme drama adolescente, filme brasileiro, brasileiro, americano, filme americano, filme japonês, japonês, filme britânico, britânico, canadense, filme canadense, filme espanhol, espanhol, filme mexicano, mexicano, filme australiano, australiano, filme chinês, chinês, ordem cronológica, assistir filmes, filmes online, sequência, filme mudo, filme antigo, clássicos, filme clássicos

★★★☆☆


Vivendo à própria sorte e recentemente divorciado, Paulo começa a trabalhar como taxista durante a noite, no Rio de Janeiro. Lutando para conseguir dinheiro suficiente para pagar a pensão do filho de 10 anos, Paulo trabalha exaustivamente, nessa jornada noturna, sempre encontra novos rostos que o ajudam a enfrentar a solidão. Entre essas pessoas, está Karina, uma enfermeira que traz a paz e o amor de volta para sua vida.


 

Ao mergulhar na atmosfera de 'Breve Miragem de Sol', uma sensação de melancolia permissiva se apodera do espectador. Eryk Rocha, em colaboração com Fabio Andrade e Julia Ariani, teceu um roteiro de simplicidade aparente, uma narrativa hermética que, à primeira vista, se apresenta como um microcosmo isolado. No entanto, a complexidade da trama se revela ao contemplarmos o contexto que aprisiona o protagonista: um labirinto de desemprego, ausência de perspectivas, uma economia em declínio e a cruel disparidade entre as classes sociais. É nesse cenário que a melancolia se torna não apenas compreensível, mas quase inevitável, uma sombra que paira sobre a existência do personagem e que, por extensão, ecoa na alma do público.

 

A lente da câmera, posicionada no interior do táxi, desvenda gradualmente a figura do motorista, tecendo um retrato íntimo de sua existência. A câmera percorre o habitáculo do veículo com movimentos fluidos, ora detendo-se no banco traseiro, ora revelando o banco dianteiro através de closes e planos conjuntos. Mesmo quando a ação se desenrola no exterior, o ponto de vista permanece inabalável, fixo no interior do carro, isolando-o do mundo exterior.


 

A construção do personagem Paulo, interpretado por Fabrício Boliveira, emerge de uma teia intrincada de interações com os passageiros, revelando-se com uma delicadeza e precisão notáveis. Sua figura, imersa em uma solidão palpável, manifesta-se através de uma economia de palavras e uma contenção emocional que beira o estoicismo. A atuação de Boliveira, marcada por um minimalismo expressivo, traduz a dor do protagonista em nuances sutis de gestos e olhares.

 

Paulo, um marginal de si mesmo, trava uma batalha interna para libertar-se das próprias amarras, um reflexo das lutas enfrentadas por muitos brasileiros. A narrativa cinematográfica opta por uma imersão profunda na perspectiva do personagem, relegando o mundo exterior a um plano de fundo caótico, onde ruídos e imagens se fundem em um borrão indistinto. Essa escolha estética intensifica a sensação de isolamento e a claustrofobia emocional que definem a jornada de Paulo.


 

A lente da câmera fixa-se no semblante taciturno e exausto de Paulo, numa busca que transcende o visível, como se almejasse penetrar na complexidade da mente daquele homem, desvendando os segredos que ele próprio oculta. O espectador, por sua vez, sente-se aprisionado, partilhando da mesma sensação de confinamento que o protagonista vivencia. Se o close-up, em sua essência, exalta a expressividade dos atores, neste contexto específico, ele se transforma em um instrumento capaz de capturar as nuances mais sutis da atuação de Boliveira, a quem, ironicamente, parece ser solicitado que execute o mínimo possível, revelando a maestria do ator em transmitir emoções profundas através de gestos quase imperceptíveis.

 

Eryk Rocha tece uma narrativa visual perspicaz, utilizando a figura de Paulo, o taxista, como guia para desvendar as camadas multifacetadas do Rio de Janeiro. A câmera, em planos laterais que mimetizam o olhar do condutor, desvia-se dos cartões postais e mergulha nas áreas periféricas, onde a ausência de políticas públicas se manifesta em paisagens de marginalização e na dura realidade de pessoas que encontram nas ruas o seu lar.


 

A imersão nesse universo é intensificada pela trilha sonora, que entrelaça notícias de rádio e mensagens de outros taxistas, construindo um mosaico de informações sobre a cidade e seus habitantes. Nesse espaço, a relação entre o protagonista e o Rio de Janeiro se revela em uma simbiose complexa, onde o asfalto se torna palco para a vida e suas adversidades.

 

'Breve Miragem de Sol' se desdobra como uma tapeçaria cinematográfica de ritmo contemplativo, tecida com fios de reflexão e introspecção. A narrativa, desprovida de diálogos prolixos, convida o espectador a imergir no fluxo silencioso do tempo, observando o mundo através da perspectiva do protagonista, um motorista cuja jornada se torna um espelho da própria existência.

 

A cadência pausada do filme, embora possa parecer um desafio para alguns, revela-se uma escolha estética deliberada, um convite à meditação e à observação atenta. A ausência de uma dinâmica frenética permite que os detalhes sutis da vida se manifestem em sua plenitude, convidando o espectador a contemplar a beleza e a melancolia do cotidiano.


 

Embora a narrativa pudesse ter se beneficiado de um ritmo mais ágil, é inegável que a escolha de Eryk Rocha em evitar exposições didáticas e em priorizar a experiência sensorial confere à obra uma aura de autenticidade e profundidade. A contemplação do tempo, em sua forma mais pura, torna-se o fio condutor de uma experiência cinematográfica que transcende a mera sucessão de eventos, convidando o espectador a uma jornada interior.

 

A experiência de assistir a 'Breve Miragem de Sol' revela-se profundamente distinta conforme a plataforma de exibição. No ambiente tradicional da sala de cinema, onde a imersão é praticamente inescapável, o público, após adquirir seus ingressos, permanece cativo diante da tela, testemunhando o desenrolar da narrativa até os créditos finais. Contudo, no vasto e multifacetado universo do streaming, como o Globoplay, a dinâmica se altera drasticamente. A facilidade de acesso a um catálogo extenso e a liberdade de escolha permitem que muitos espectadores, diante da densidade da obra, optem por abandonar a jornada cinematográfica, buscando alternativas mais leves e imediatas.


 

Ao longo de uma hora e meia, somos convidados a mergulhar nos recônditos da alma de um protagonista, cuja existência fictícia paradoxalmente espelha a realidade de muitos. 'Breve Miragem de Sol' pinta um retrato visceral de um brasileiro dilacerado, um indivíduo que personifica as angústias e desesperanças de uma sociedade em frangalhos. A narrativa transcende a mera ficção, transformando-se em um espelho que reflete as mazelas e os desafios enfrentados por um país inteiro.



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