Bumblebee Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 4 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2024

★★★☆☆
Refugiado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia, Bumblebee, um fusca amarelo aos pedaços, machucado e sem condições de uso, é encontrado e consertado pela jovem Charlie, às vésperas de completar 18 anos. Só quando Bee ganha vida ela enfim nota que seu novo amigo é bem mais do que um simples automóvel.
Embora a premissa de 'Bumblebee' seja semelhante ao primeiro filme da franquia, Travis Knight oferece uma abordagem mais contida e sentimental, em contraste com a grandiosidade e os excessos da série anterior. Ao invés de longas sequências de ação e diálogos superficiais, o diretor e a roteirista Christina Hodson priorizam uma narrativa mais humana e emocionante.
Ao resgatar "Bumblebee", Travis Knight resgata também um design original da Volkswagen, rejeitado por Michael Bay por sua suposta semelhança com o querido Fusca Herbie. A mudança mais significativa, no entanto, está no elenco: a franquia se despede dos protagonistas masculinos, Shia LaBeouf e Mark Wahlberg, para dar espaço a uma adolescente como personagem principal. As mulheres, antes representadas por Megan Fox e Rosie Huntington-Whiteley como meros objetos de desejo, ganham profundidade e complexidade.
A trilha sonora, repleta de sucessos dos anos 80, cria uma atmosfera nostálgica que acompanha a jornada de amadurecimento da protagonista. Em contraste com os filmes anteriores, marcados por explosões incessantes e uma duração excessiva, "Bumblebee" opta por uma narrativa mais contida, com explosões pontuais e um foco maior na construção de personagens e relações.
Knight e sua equipe conseguem resgatar a essência divertida da série original dos anos 80, fugindo dos clichês de origem que dominaram os últimos filmes. O design dos personagens, mais fiel ao material original, ganha vida nas sequências de ação, em contraste com a superficialidade visual dos filmes anteriores.
Graças a Bumblebee, finalmente podemos deixar de lado a bagunça narrativa que marca os filmes anteriores da franquia Transformers. Knight acerta em cheio ao direcionar a atenção para Charlie, sua família e seu relacionamento com Jorge, construindo uma narrativa mais humana e conectada.
Com 'Kubo e as Cordas Mágicas' em seu currículo, Travis Knight apresenta uma abordagem visual mais contida em 'Bumblebee', em contraste com o estilo explosivo de Michael Bay. As sequências de ação, embora polidas, carecem da grandiosidade característica dos filmes anteriores da franquia. Essa escolha, no entanto, permite que a história, com seus personagens cativantes e momentos de comédia bem-sucedidos, ganhe destaque. O resultado é um filme mais íntimo e com apostas mais palpáveis.
A engrenagem narrativa de 'Bumblebee' funciona de forma impecável. Com um elenco carismático liderado por Hailee Steinfeld, Jorge Lendeborg Jr. e John Cena, o filme injeta uma nova alma na franquia Transformers. A ausência da grandiosidade habitual da série permite que a história explore uma faceta mais íntima e inocente, resultando em uma experiência cinematográfica refrescante e memorável.
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