I Am Not Okay With This 1° Temporada Crítica
- Vinicius Monteiro
- 16 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de dez. de 2024

★★★☆☆
Sydney (Sophia Lillis) é uma adolescente que enfrenta turbulências típicas dessa fase da vida, como problemas de relacionamento com a família, o dia-a-dia no ensino médio e sua sexualidade em desenvolvimento. Tudo seria mais fácil se uma série de super poderes misteriosos também não estivessem despertando dentro dela.
Adaptada da obra de Charles Forsman e com a assinatura criativa de Christy Hall e Jonathan Entwistle, a série se insere no universo teen da Netflix. Sua estética, com cores pastel e referências aos anos 80, remete ao visual charmoso de "Sex Education". A trama, por sua vez, adiciona um toque de mistério à medida que investiga atividades paranormais em uma cidade industrial, lembrando os elementos sobrenaturais de "Stranger Things".
A obra de Forsman se destaca por seu estilo visual marcante: personagens desenhados de forma simples e painéis espaçosos que contrastam com diálogos curtos e impactantes. A série, apesar de algumas divergências, captura a atmosfera sombria e a narrativa fragmentada dos quadrinhos, especialmente nas cenas em que as emoções dos personagens são expressas de forma sutil, deixando muito subentendido.
A atuação de Sophia Lillis é o ponto alto da série. Sua capacidade de transmitir a complexidade emocional de Sydney é notável, especialmente quando ela explode em raiva contida. Seus momentos de desespero, com os olhos arregalados, são verdadeiramente comoventes. A parceria com Aidan Wojtak-Hissong é um dos destaques, com uma química genuína entre os irmãos. Entretanto, a relação entre Sydney e Dina carece de desenvolvimento e profundidade, deixando a desejar.
A narração de Sydney, marcada por um certo cinismo charmoso, impulsiona a trama em um ritmo alucinante, fiel à essência da obra original. A curta duração dos episódios, em torno de 20 minutos, permite que a série explore as nuances da angústia e da desilusão, criando uma atmosfera densa e envolvente sem cair no melodrama.
Com apenas sete episódios, "I Am Not Okay With This" luta para desenvolver suas duas reviravoltas de forma satisfatória. A série tenta transformar sua trama e clichês tradicionais em algo mais inovador, mas a pressa em chegar ao clímax impede uma construção mais gradual e orgânica. Essa transição abrupta prejudica a imersão do espectador.
A história, linear e familiar, apresenta uma premissa simples. No entanto, a direção de Lillis eleva a série a um nível superior, com um final repleto de suspense e violência. A reinvenção do arquétipo do "super-herói" é o diferencial da série, adicionando uma nova perspectiva à já conhecida jornada de amadurecimento adolescente. Apesar da exploração bem-sucedida dos dramas e excessos da adolescência, a narrativa como um todo não se distancia significativamente de outras já exploradas no gênero.
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