Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 3 de mar.
- 2 min de leitura

★★★☆☆
Após a quase extinção da raça humana, Mad Max (Mel Gibson) chega à Bartertown, uma cidade no meio do deserto, com regras primitivas, liderada por Titia Entity (Tina Turner). Lá, ele luta contra um poderoso inimigo, mas se recusa a matá-lo, resultando no seu banimento para o deserto. É quando conhece um jovem grupo selvagem, que passa a considerá-lo um messias.
A trilogia 'Mad Max' apresenta uma notável variação tonal. O primeiro filme, 'Mad Max', mergulha em uma atmosfera sombria, acompanhando a jornada de Max enquanto ele perde tudo o que ama, transformando-se em um conto de vingança com um final pungente. Em 'Mad Max 2', Max assume o papel do herói relutante, evocando a figura de Han Solo em um cenário pós-apocalíptico. Já em 'Mad Max 3', Max se mostra mais leve e heroico, defendendo os oprimidos com menos resistência. Ao final da trilogia, Max completa um ciclo, recuperando sua alma, mesmo sem reaver sua família.
A franquia Mad Max, impulsionada por adrenalina e orçamentos crescentes, mantém sua essência visceral em combates e perseguições incessantes. A genialidade de George Miller reside na capacidade de evitar a rotina, infundindo cada cena de ação com imprevisibilidade e espontaneidade, mesmo dentro de uma fórmula repetitiva.
O filme se desdobra em três atos distintos: a chegada de Max a Bartertown, onde enfrenta a tirana Tia (Tina Turner) na Cúpula do Trovão, cena icônica de combate aéreo contra The Blaster; a jornada de Max em busca de uma tribo de crianças perdidas, que o veem como um messias; e o confronto final, em alta velocidade, contra os bandidos de Bartertown, liderando as crianças. A trama, repleta de ação e performances marcantes, constrói uma narrativa bem estruturada, imbuída de um tom mítico.
A batalha final, um espetáculo de ação veicular, ecoa o terreno já explorado por George Miller e a saga Mad Max. Repetindo o flerte com a grandiosidade de 'Mad Max 2', o filme deixa em aberto se finalmente abraçará essa grandeza, sem perder a leveza que o caracteriza. A icônica batalha entre Max e The Blaster em 'Além da Cúpula do Trovão' exemplifica o ápice da série, mas cada filme oferece momentos memoráveis, atraindo tanto fãs fervorosos quanto o público em geral.
'Mad Max 3', embora promissor, descamba para um final moralista. O exílio de Max no deserto e seu resgate por uma tribo infantil, que o venera como um messias, prenunciam um épico visionário. No entanto, o filme se perde em longos diálogos e em uma cruzada pueril contra a líder da cidade, diluindo o potencial de uma obra-prima distópica.
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