Me Chame Pelo seu Nome Resenha
- Vinicius Monteiro
- 3 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
★★★★☆
Elio imediatamente, sem perceber, se encanta pelo americano de vinte e quatro anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido. Uma experiência inesquecível, que os marcará para o resto da vida.
A incerteza de ser correspondido, o falso descaso para não se entregar de vez, a angústia de imaginar a pessoa que você ama com outro alguém ou de não saber onde ela se encontra, a ansiedade de encontrá-la, o êxtase de finalmente estar com esse alguém, as conversas bobas. Essas são algumas das descrições do que sentimos quando amamos pela primeira vez, e sentimentos é o que você sente em 'Me Chame Pelo Seu Nome'.
'Me Chame Pelo seu Nome' é uma história evocativa e atmosférica que leva seus leitores para as praias ensolaradas da Riviera italiana, local muito bem descrito na história. Com rara sensibilidade, André Aciman constrói uma viva e sincera paixão, em um romance no qual se reconhecem as mais delicadas e brutais emoções de uma amor adolescente. Uma narrativa magnética, inquieta e profundamente tocante.
A obra literária inspirou um filme de mesmo nome dirigido por Luca Guadagnino, aclamado nos festivais de Berlim, Toronto, do Rio, no Sundance é um dos principais candidatos ao Oscar de 2018. Um conto inebriante de paixão, intimidade e opressão e de amor e o sofrimento que muitas vezes se segue, o livro é uma bela história de amadurecimento que vai ressoar e agir como um lembrete do tipo intenso e descuidado de amor que se desvanece com as estações.
Eu tenho que avisar que este livro é genuinamente sexy. Às vezes o livro te leva para um leitura ardente, erótica e bem gráfica, ilustrando o calor inebriante da luxúria e da intimidade de uma forma absolutamente bela. Houve momentos estranhos, explícitos e até desconfortáveis, mas estes simplesmente parecem ao leitor representações francas e sem remorso da verdadeira natureza do amor e do anseio.
O livro pode ficar chato em alguns momentos. Oliver é um personagem bem imaturo, foi difícil se conectar com a história em alguns momentos, por mais que o livro consiga transparecer muito sentimento ele não tem personagens identificáveis. Os comportamentos infantis e imaturos do jovem Oliver vem carregado com o jogo de "gato e rato" dando ao livro uma imagem de que muito foi dito mas nada acontece de verdade.
Sem sombras de dúvida que o sentimento retratado aqui é bem intenso. Parece um amor adolescente, um primeiro amor na verdade, onde tudo é sentido ao extremo. Tudo é muito bem detalhado para que você sinta o que Elio está de fato passando. Não me conectei com nenhum dos personagens o que me deixou distante da história, e os momentos picantes não fazem muito o meu estilo. Enfim, o livro não é ruim, conta uma história bonita, porém é melodramático demais.
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