O Cavalo e seu Menino Resenha
- Vinicius Monteiro
- 29 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de out. de 2024

★★★★☆
Ao saber que não era filho de Arsheesh, o pescador, o jovem Shasta decide fugir da cruel Calormânia. Na companhia do cavalo falante Bree, ele parte em direção ao Norte rumo a Nárnia, onde o ar é fresco e reina a liberdade. Em sua jornada pelo deserto árido, Shasta tenta imaginar o que estará esperando por ele adiante. Tudo parece tão vasto, desconhecido, solitário... e livre.
Após um livro recheado de aventuras em 'O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa', os irmãos protagonistas do livro anterior estão aqui apenas como pano de fundo em 'O Cavalo e seu Menino', em um momento no qual os quatro irmãos são os atuais reis de Nárnia e a trama passa a acompanhar o jovem Shasta.
'O Cavalo e seu Menino' também tem suas aventuras, mas de início o livro não conseguiu me cativar, eu estava achando tudo meio chato. Nos últimos capítulos a obra começou a me entreter que eu nem conseguia parar de ler. Até o momento dos três livros da série esse foi o que eu menos gostei por enquanto, eu achei ele o mais fraco.
Dentre as confusões que Shasta se mete, há sempre um elemento presente na narrativa: o medo dos leões. É por causa dos leões que as duas crianças e os dois cavalos se encontram, é o leão que passa a noite com Shasta para que ele não fique sozinho, é o leão que os encoraja a seguir em frente quando eles sentem que mal conseguem se mover.
O leão é obviamente, Aslan, a simbologia religiosa muito forte nessa série de livros. A participação de Aslan em 'O Cavalo e seu Menino' é pequena e discreta, ele só parece no final para esclarecer algumas dúvidas que ficaram ao longo da história, mas é uma participação bela e tocante.
'O Cavalo e seu Menino' traz um pouco de nostalgia. Os irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia são adultos e juntos governam Nárnia de forma que podemos acompanhar como cada um deles amadureceu com a passagem dos anos, e como as personalidades distintas de cada um funciona perfeitamente na hora de manter o país em harmonia.
Assim como nos livros anteriores, esse traz um bom desenvolvimento de personagens, basicamente nenhum deles chega ao final sendo o mesmo que era no começo do livro. Porém 'O Cavalo e seu Menino' tem uma narrativa muito corrida, tudo acontece rápido demais, mal houve tempo para que um laço emocional fosse estabelecido entre o leitor e os personagens.
O povo de Calormânia é descrito com diversas semelhanças entre a população do oriente médio, criando semelhanças com as histórias bíblicas fortemente embasadas por C. S. Lewis, no entanto, as tais descrições funcionam de forma negativa e também empobreceu um pouco a trama.
'O Cavalo e seu Menino' pode não trazer toda aquela empolgação de 'O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa', mas ainda assim é uma obra rica em detalhes que expande o mundo de Nárnia por diversas espécies e realidades distintas entre si. O livro traz uma mensagem muito legal de que nada na nossa vida é por acaso, que tudo o que nos acontece, de bom ou ruim, contribui para o nosso bem, mesmo que não possamos entender como e porquê.
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