O Retrato de Dorian Gray (2009) Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 19 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de abr.

★★★☆☆
Londres. Dorian Gray (Ben Barnes) é um belo e ingênuo jovem, levado à alta sociedade local por Henry Wotton (Colin Firth), que lhe apresenta os prazeres hedonistas da cidade. Basil Hallward (Ben Chaplin), um artista que frequenta este meio, resolve pintar um retrato de Dorian, de forma a capturar sua beleza jovial. Ao ver o quadro Dorian faz a promessa de que daria tudo, até mesmo sua alma, para permanecer sempre com o visual nele estampado. A partir de então Dorian não mais envelhece, mas todos os pecados que comete e a idade que chega são demonstrados no retrato, cada vez mais terrível. Para que ninguém mais o veja, Dorian decide esconder o retrato no sótão de sua casa.
Uma das mais populares obras literárias ganha mais uma adaptação cinematográfica. Muito mais selvagem, esta nova versão do diretor britânico Oliver Parker de 'O Retrato de Dorian Gray' reinterpretar o romance no qual se baseia.
A excelente trilha sonora sabe adicionar muito bem ao sabor misterioso geral do longa. A abordagem de Oliver Parker é sempre acentuar o visceral, seja nas gotas de tinta empastada aplicadas pelo retratista ou nas frequentes incursões voluptuosas de Dorian no mundo da sensualidade crua.
Na versão de 1945, estrelada por Hurd Hatfield, vimos a pintura apenas no final, presumivelmente para ficarmos surpresos com a representação repentina de um homem velho e feio. Na versão de Oliver Parker, as técnicas CGI são usadas em excesso, cada vez animado com mais e mais vermes se contorcendo, feridas aparecendo diante de nossos olhos.
No que diz respeito a adaptações da obra literária, esta não é a mais fiel, mas está entre as mais divertidas. O que o roteiro às vezes ousado de Toby Finlay traz uma mudança no tempo para que a história termine no início dos anos 1920. As recriações da Londres do final do século 19 e início do século 20 são impecáveis, o filme também traz com sua Londres muito mistério, sangue, sexo e nudez.
"O Retrato de Dorian Gray" vai além da obra, mostrando flashbacks de Dorian e sua infância brutalizada, vários assassinatos, fortes indícios de sadomasoquismo, encontros homossexuais e, talvez o mais divertido, um momento de relação sexual. com uma filha debutante, seguido de relação sexual com a mãe, enquanto a menina se esconde debaixo da cama.
A atuação de Firth eleva o filme e Oliver Parker mostra que não só tem uma mão hábil quando se trata de lidar com o diálogo de Wilde, mas também é adepto de desenvolver uma atmosfera cheia de suspense. "O Retrato de Dorian Gray" foge bastante do original de Wilde, mas apenas o atualizam a um nível que o público moderno e cansado poderá achar, de fato, decadente e ao mesmo perturbador.
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