O Símbolo Perdido Resenha
- Vinicius Monteiro
- 11 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de mar.

★★☆☆☆
Robert Langdon, o célebre simbologista de Harvard, é convidado por seu amigo e mentor Peter Solomon a dar uma palestra no Capitólio dos Estados Unidos. Ao chegar lá, descobre que caiu numa armadilha: não há palestra, Solomon está desaparecido e, ao que parece, correndo perigo. Mal’akh, o sequestrador, acredita que os fundadores de Washington, a maioria deles mestres maçons, esconderam na cidade um tesouro capaz de dar poderes sobre-humanos a quem o encontrasse. Vendo que essa é sua única chance de salvar Solomon, o simbologista percorre o Capitólio, a Biblioteca do Congresso, a Catedral Nacional e o Centro de Apoio dos Museus Smithsonian. Neste labirinto de códigos maçônicos e símbolos escondidos, Langdon conta com a ajuda de Katherine, irmã de Peter e renomada cientista. O tempo está contra eles. E muitas outras pessoas parecem envolvidas nesta trama que ameaça a segurança nacional, entre elas a diretora do Escritório de Segurança da CIA e o supervisor do Capitólio. Quando se trata de segredos e poder, nunca se pode dizer ao certo de que lado cada um está.
Depois que as entradas anteriores de Dan Brown na série Robert Langdon cobriram os Illuminati e a Igreja Católica, respectivamente, seu próximo alvo em 'O Símbolo Perdido' foram os maçons. Mais uma vez o autor entrega uma obra muito parecida com as anteriores e cheia de padrões que quebram o clima de acompanhar o enredo do livro, mas que consegue deixar o leitor preso ao mistério.
Em uma espécie de combinação de 'Anjos e Demônios' e 'O Código da Vinci', 'O Símbolo Perdido' combina as emocionantes reviravoltas de descobrir os segredos de uma pirâmide maçônica com a pseudociência da Noética. O livro é viciante como sempre, a pesquisa e a escrita do autor reforçam demais a verdade dessa história ficcional, mas o roteiro para um filme também é visível, e isso oferece uma leitura brochante.
Especialmente com o foco no “tesouro” dos maçons na maior parte do livro, eu esperava que a perseguição fosse em uma escala maior do que apenas pular de um monumento de Washington DC para o próximo conforme o quebra-cabeça se desenrola deixando toda trama um pouco sem graça, apesar desse novo quebra-cabeça ser um o mais assustador até agora da série.
Em meio às infinitas repetições de descrições, eu sofri com os fluxos intermináveis de contar em vez de mostrar. Nas poucas vezes em que Dan Brown consegue “mostrar” o que está acontecendo, ele imediatamente precede ou segue dizendo exatamente a mesma coisa, a escrita do autor em 'O Símbolo Perdido' me irritou bastante.
Essa é a terceira vez que acompanho as aventuras de Robert Langdon, ele não é um personagem legal e cativante de se acompanhar, eu já citei isso nas outras resenhas dos outros volumes, os personagens de Dan Brown costumam ser bem chatos. Quanto ao antagonista do livro, um homem musculoso maçônico tatuado, inicialmente senti que ele era apenas estereotipado comparado com os outros inimigos dos livros anteriores de Robert Langdon.
A personagem feminina da vez é Katherine Solomon, uma especialista ágil e de olhos acinzentados em ciência Noética. O autor fez uma heroína de 50 anos, alguns anos mais velha que Robert Langdon, essa pode ser uma homenagem à esposa de Brown, Blythe, que é 12 anos mais velha que o autor. A personagem me chamou a atenção por suas características construídas, por não ter muito o perfil de Hollywood.
Em vez de pesquisar esoterismo em museus europeus, Brown agora confronta seu próprio país, com seus anjos neoclássicos e demônios raivosos que cospem fogo. Aparentemente mais preocupado com as opiniões negativas de suas conspirações, Dan Brown oferece com 'O Símbolo Perdido' um bom roteiro cinematográfico.
Comments