Os Simpsons 1° Temporada Crítica
- Vinicius Monteiro
- 26 de mai. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 1 de jan.

★★★★☆
Os Simpsons é uma sitcom animada criada por Matt Groening. Desenvolvida por Groening, James L. Brooks e Sam Simon, a série é uma representação satírica da vida americana, sintetizada pela família Simpson, que consiste em Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie. Ambientado na cidade fictícia de Springfield, ele caricatura a sociedade, a cultura ocidental, a televisão e a condição humana.
A primeira temporada de "Os Simpsons" foi exibida originalmente na rede Fox entre 17 de dezembro de 1989 e 13 de maio de 1990, começando com o especial de natal "O Prêmio de Natal". Cada uma das 34 temporadas da série é única à sua maneira, mas poucas parecem tão distintas quanto a primeira.
A primeira temporada tem uma série de excentricidades que a destacam. Homer tem uma voz mais profunda, Lisa rivaliza com Bart em termos de travessuras, alguns atores eram diferentes, e a série tinha um estilo de humor mais focado em quadrinhos. No entanto, a maior diferença entre a primeira e as infinitas temporadas posteriores é a estética; o estilo de animação, os designs dos personagens e o visual geral da série eram marcadamente diferentes quando "Os Simpsons" chegavam ao horário nobre.
Revisitando essa série, eu fiquei um pouco impressionado com a animação por não parecer tão caricata e bem envelhecida. O movimento não mostra muito a falta de frames parecendo um pouco mais fundamental, se comparado com outras animações da mesma época. Isso é reflexo do mundo pseudo-realista em que os Simpsons vivem.
Porém, há momentos em que os personagens se dobram igual papel e as expressões se transformam em formas irreais, ao estilo Looney Tunes, uma escolha que você nunca verá mais nas temporadas posteriores. Os personagens ficam distorcidos, isso só reforça o charme da animação. Desde a primeira temporada, "Os Simpsons" caminhou lentamente para um visual mais refinado e brilhante. Hoje, todos os episódios da série são feitos digitalmente e em alta definição. Embora isso ajude o programa parecer mais nítido, também o torna menos pessoal, até mesmo esterilizado. Se alguém quiser ver a presença da mão humana na animação de "Os Simpsons", então você deve conferir as primeiras temporadas.
Com um total de 13 episódios, esta é a temporada mais curta da série até hoje, e é a única temporada em que Homer era meio inteligente e às vezes era a voz da razão. A primeira temporada ganhou um Emmy Award, e recebeu quatro indicações adicionais.
Essa não é uma série para crianças, com certeza não, se tem uma coisa que a família Simpsons sabe, é tocar nos sentimentos mais obscuros dos adultos. No segundo episódio, "Bart, o gênio", nos lembramos dos momentos de como nos sentimos horríveis quando nos sentíamos burros quando não era bom em algo. No quarto episódio "Problemas em casa", a série mostra que não há vantagem nenhuma em fingir para os outros. Estamos diante de uma família disfuncional, mas real e sincera, esse é um trunfo forte da série.
A série abre bem com o episódio "O Prêmio de Natal". Enquanto os Simpsons estão fazendo compras de Natal, Bart foge e faz uma tatuagem. Marge logo descobre isso e usa as economias de Natal da família para retirar a tatuagem. Enquanto isso, Homer descobre que não receberá um bônus de Natal do Sr. Burns, portanto, a família não tem dinheiro para comprar presentes de Natal. Ele decide manter seus problemas financeiros em segredo e conseguir um emprego como Papai Noel de uma loja de departamentos, mas depois descobre que o trabalho não paga o suficiente. Desesperados por um milagre, Homer e Bart vão para a pista de cães na véspera de Natal na esperança de ganhar algum dinheiro. Ele aposta tudo em um tiro longo chamado Ajudante do Papai Noel, que perde. Irritado por ter perdido, o dono do cachorro o renega. Homer deixa Bart ficar com ele. Mais tarde, Homer tenta se desculpar, mas Bart lembra de que eles, agora, têm um cachorro e todos recebem alegremente o mais novo membro da família Simpson. "O Prêmio de Natal" foi visto por aproximadamente 13,4 milhões de pessoas em sua exibição original, e foi indicado a dois prêmios Emmy em 1990.
O meu episódio preferido da temporada é o "A Lisa tristonha". Lisa fica deprimida, o que começa a afetar seu desempenho na escola. Nem Marge e Homer são capazes de fazer Lisa mais feliz. Uma noite, ela ouve música Jazz distante e foge de seu quarto para segui-la. Ela conhece Bleeding Gums Murphy, que a ensina a expressar sua música através do saxofone. Quando Marge deixa Lisa na escola no dia seguinte, ela sugere que Lisa sorria, não importa como ela se sinta. No entanto, Marge vê que Lisa está negando sua criatividade e percebe que é isso que a está decepcionando. Marge diz a Lisa para ser apenas ela mesma, e toda a família vai ver Murphy se apresentar em um clube de jazz local. É um episódio que aborda muito bem a depressão, ele é quase que poético em meio a temporada inteira e com muito jazz.
Outro episódio que chamou a minha atenção foi o terceiro episódio "A Odisseia de Homero". A turma de Bart visita a Usina Nuclear de Springfield e Homer, ansioso para parecer que está trabalhando, acidentalmente bate seu carrinho em um cano radioativo, fazendo com que ele seja demitido. Deprimido e incapaz de encontrar um novo emprego, ele decide cometer suicídio pulando de uma ponte. Sua família descobre seu plano e tenta impedi-lo, mas no processo eles quase são atropelados por um caminhão. Descobrindo seu novo propósito, Homer embarca em uma cruzada de segurança e eventualmente decide ir atrás da Usina Nuclear e realiza comícios de protesto. Para acabar com o furor de Homer, o Sr. Burns oferece-lhe um emprego como inspetor de segurança, com aumento de salário, que Homer aceita. Esse episódio mostra uma tentativa de suicídio e aborda temas pesados, está aqui a prova de que essa animação não é para crianças.
"Os Simpsons", não é uma sitcom familiar, mas uma sitcom sobre uma família, justamente aquela que tentamos manter escondida. A série abandona a noção fundamental e apresenta um programa cheio de vigor e absurdo. Aqui a comédia é boa, os temas são muito bem abordados dentro de enredos explorados de maneira madura, além de ser muito divertida.
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