Pinóquio (1940) Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 11 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 2 dias
★★★★★
Mergulhe na saga atemporal de Pinóquio, uma obra-prima da animação que transcende gerações, e redescubra a história do velho Gepeto, um artesão cujo coração transborda de amor e que, com suas mãos habilidosas, esculpe um boneco de madeira que, por um toque de magia, ganha vida, nutrindo o sonho de se tornar um menino de verdade.
Inspirado na narrativa do autor italiano Carlo Collodi, Pinóquio emerge como uma marionete animada pela etérea Fada Azul, que lhe concede a promessa de se transformar em um menino de verdade, concretizando o anseio de Gepeto, seu "pai", desde que ele prove ser "corajoso, verdadeiro e altruísta".
A animação, um marco na história do cinema, apresenta o uso pioneiro da câmera multiplano, uma técnica inovadora desenvolvida pela Disney que revolucionou a forma de contar histórias na tela, proporcionando uma ilusão tridimensional que transporta o espectador para dentro da narrativa, com a mesma fluidez de um dolly ou tracking shot em um filme live-action.
Os animadores, em um processo de aprimoramento contínuo, refinaram a animação de figuras humanas, superando os desafios encontrados em seu primeiro longa-metragem, "Branca de Neve". O segundo desenho animado da Disney, uma fusão magistral de beleza e obscuridade, equilibra a moral severa e a crueldade da literatura infantil vitoriana com a maestria da animação Disney.
Do atelier de Gepeto, um universo mágico de relógios de cuco, brinquedos de corda e outras maravilhas que ganham vida em animações elaboradas, à imponente baleia que se debate em um oceano de detalhes, o filme transporta o espectador para um mundo de fantasia e emoção.
A trilha sonora, um espetáculo à parte, presenteia o público com canções icônicas, como a imortal "When You Wish Upon a Star", que ecoam na alma e permanecem na memória. A narrativa, com seus elementos sombrios e assustadores, ressoa com o público jovem, que se identifica com os desafios e as provações enfrentadas pelo protagonista.
Pinóquio, um herói improvável, com sua passividade e simplicidade, cativa o público com sua jornada de autodescoberta. Como qualquer criança, ele enfrenta dificuldades em manter essas qualidades, especialmente quando se depara com raposas astutas, marionetes sequestradoras, a tentadora Ilha dos Prazeres e a monstruosa baleia.
A beleza da narrativa reside na verossimilhança da jornada de Pinóquio, que ecoa as experiências da infância. As crianças se identificam com seus erros e aprendizados, compreendendo a importância de ouvir os pais, evitar más companhias e enfrentar as consequências de suas ações. O filme, uma obra-prima atemporal, emociona, encanta e permanece relevante para todas as idades.
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