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Pinóquio (2002) Crítica Cinematográfica

  • Foto do escritor: Vinicius Monteiro
    Vinicius Monteiro
  • 11 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 2 dias

Pinóquio 2002 Crítica

★☆☆☆☆


Em uma versão vibrante e extravagante do clássico conto de Carlo Collodi, Roberto Benigni dirige e estrela como Pinóquio, um boneco de madeira travesso que ganha vida pelas mãos do carpinteiro Gepeto (Carlo Giuffrè). Desejando ser um menino de verdade, Pinóquio embarca em uma série de aventuras fantásticas e perigosas, encontrando personagens peculiares como a Fada Azul (Nicoletta Braschi), o Grilo Falante (Peppe Barra) e o astuto Gato e Raposa.


 

Ao longo de sua jornada, Pinóquio enfrenta tentações, aprende lições valiosas sobre honestidade e responsabilidade, e descobre o verdadeiro significado da família. Com a direção peculiar de Benigni, o filme combina humor, fantasia e uma pitada de melancolia, criando uma experiência cinematográfica única e memorável.

 

A recepção de "Pinóquio", o aguardado retorno de Roberto Benigni após o aclamado "A Vida é Bela", culminou em desapontamento generalizado e na confirmação de expectativas negativas. A magnitude da decepção é equiparável à grandiosidade da produção, marcada por uma opulência que, paradoxalmente, desembocou em resultados lastimáveis. A distribuidora americana Miramax, ciente da fragilidade do produto, optou por um lançamento estratégico no Natal, minimizando a publicidade e privando a imprensa de exibições prévias, sob o pretexto de atrasos na pós-produção da dublagem para o inglês.


 

A estratégia da Miramax, ao que tudo indica, visava explorar o potencial comercial do filme antes que a crítica pudesse disseminar seu veredicto desfavorável. A escolha de Benigni, um ator de 50 anos, para o papel do inocente boneco de madeira, gerou questionamentos pertinentes. A incongruência da idade do ator com a ingenuidade do personagem, somada à frieza estética do filme, apesar da fotografia de Dante Spinotti e dos cenários e figurinos de Danilo Donati, resultou em uma obra desprovida de alma.

 

A caracterização de Benigni, com trajes de palhaço extravagantes e um chapéu de burro, intensifica a sensação de estranhamento. Suas performances, repletas de gestos teatrais e expressões exageradas, não conseguem transcender a superficialidade do roteiro.


 

As encenações do filme, marcadas pela intimidade, revelam uma ousadia que contrasta fortemente com o artifício calculado e a exuberância excessiva do design de produção. A sequência no interior da baleia, por exemplo, é executada com uma doçura peculiar, destoando do restante da obra.

 

O maior equívoco de Benigni reside em sua adesão excessivamente fiel à narrativa original de Collodi, resultando em um "Pinóquio" que se torna redundante e, sobretudo, desprovido de alma. A Fada Azul, interpretada por Nicoletta Braschi, esposa do diretor, domina a arte de fazer entradas triunfais, mas a magia que deveria envolver os personagens se esvai, com a exceção do grotescamente estéril Grillo (Peppe Barra), que, infelizmente, desperta a ira do enfadonho Pinóquio.


 

A compreensão de Benigni do anseio pungente de Pinóquio por carne e osso é superficial, o que se traduz em uma indistinção notável entre o Pinóquio que persegue gansos selvagens e se envolve em confusões com latas de lixo e o Pinóquio mais refinado que frequenta a escola no desfecho da trama.








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