Tenet Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 11 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

★★★☆☆
Um agente da CIA conhecido como O Protagonista (John David Washington) é recrutado por uma organização misteriosa, chamada Tenet, para participar de uma missão de escala global. Eles precisam impedir que Andrei Sator (Kenneth Branagh), um renegado oligarca russo com meios de se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial. A organização está em posse de uma arma de fogo que consegue fazer o tempo correr ao contrário, acreditando que o objeto veio do futuro. Com essa habilidade em mãos, O Protagonista precisará usá-la como forma de se opor à ameaça que está por vir, impedindo que os planos de Sator se concretizem.
"Tenet" é um filme que ganha vida na tela grande, uma experiência cinematográfica única. A pandemia, infelizmente, limitou o impacto que ele poderia ter tido. Apesar de não ser perfeito, "Tenet" merece uma nova chance.
O orçamento de "Tenet" foi monumental, justificado pela ambição de trazer à vida a visão complexa e inovadora de Christopher Nolan. A grandiosidade do filme, com seus efeitos práticos impressionantes e sequências de ação invertidas, é algo nunca antes visto no cinema. A decisão de utilizar um protagonista negro adiciona um novo elemento à rica tapeçaria do filme, tornando-o um marco na ficção científica.
John David Washington entrega uma performance carismática e confiante como o protagonista, elevando o filme com sua interpretação envolvente. Seu personagem, diferente dos típicos espiões durões, traz uma vulnerabilidade tocante, tornando-o um herói de ação ainda mais cativante. A decisão de realizar suas próprias acrobacias demonstra seu comprometimento e habilidade física, adicionando um realismo impressionante às cenas de ação.
A alma de "Tenet" reside em suas sequências de ação visceral. A perseguição de carros e a cena com o avião são espetaculares, mas o verdadeiro destaque são as lutas corpo a corpo, coreografadas de forma magistral para criar um ballet de violência temporal. É um paradoxo visual que desafia a lógica, mas funciona brilhantemente na tela, proporcionando uma experiência cinematográfica única.
Em "Tenet", Nolan mais uma vez desafia os limites da narrativa cinematográfica, construindo um labirinto temporal intrigante. A inversão do tempo, longe de ser mero artifício visual, serve como o coração pulsante do thriller, adicionando uma camada de complexidade que eleva a trama a um patamar singular. As sequências em que personagens se movem em direções temporais opostas são visualmente espetaculares, convidando o espectador a uma experiência cinematográfica única e desafiadora.
A trama do longa-metragem é complexa, mas não achei tão incompreensível assim. O problema é que a falta de empatia com os personagens desmotiva a busca por entender a história. A motivação do Protagonista de impedir o fim da humanidade, embora grandiosa, soa abstrata demais.
A ambição técnica do filme é inegável, mas seu roteiro não acompanha a mesma complexidade. Clichês do gênero espionagem, como vilões estereotipados e diálogos expositivos, dominam a narrativa. A estética impecável, com carros de luxo e locações paradisíacas, contrasta com a falta de originalidade da trama. O filme, em última análise, é uma homenagem bem executada, mas pouco original, aos clássicos do espionagem.
"Tenet" é um prato cheio para fãs de Christopher Nolan e entusiastas de ficção científica. Com uma trama envolvente e repleta de ação, o filme agrada tanto aqueles que buscam narrativas complexas quanto o público em geral curioso. As sequências espetaculares e as atuações sólidas do elenco elevam ainda mais a experiência cinematográfica, tornando "Tenet" uma obra que merece ser vista e revisitada.
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