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Tintim no Congo Resenha

  • Foto do escritor: Vinicius Monteiro
    Vinicius Monteiro
  • 1 de abr.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 18 de abr.

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★★☆☆☆


Tintim, o intrépido repórter, e seu fiel companheiro Milu embarcam em uma expedição ao coração do antigo Congo Belga, com o objetivo de produzir uma série de reportagens e documentários que revelassem os mistérios e a beleza selvagem da África. No entanto, a jornada se inicia sob um véu de presságios sombrios, prenunciando os perigos que aguardam nossos heróis. Ao singrar as vastas águas do oceano, Tintim e Milu se deparam com os primeiros obstáculos, uma amostra do que está por vir.


 

Reconhecidos por sua fama no continente africano, os dois se veem imersos em um turbilhão de aventuras, enfrentando não apenas a fúria da natureza selvagem – com leões majestosos, elefantes imponentes, rinocerontes colossais, leopardos astutos e serpentes gigantescas –, mas também um perigoso criminoso determinado a eliminá-los a qualquer custo.

 

O território que hoje conhecemos como República Democrática do Congo passou por uma transformação brutal sob o jugo de Leopoldo II, rei da Bélgica. Inicialmente, o local era um reino privado, conhecido como Estado Livre do Congo, onde a exploração desenfreada de recursos naturais como marfim e borracha impôs um regime de terror entre 1877 e 1908. A oficialização da colonização, em 1908, transformou o Estado Livre no Congo Belga, mantendo-se sob domínio belga até 1960.


 

Diante desse contexto de opressão e exploração, não surpreende que a mentalidade de um artista belga do início do século XX estivesse impregnada de racismo, eurocentrismo e colonialismo. As obras produzidas por esse artista, inevitavelmente, refletem essa visão de mundo, perpetuando estereótipos e preconceitos enraizados na sociedade belga da época.

 

A disparidade intelectual apresentada na obra é notória: Milú, o cão, demonstra uma sagacidade que supera a de toda a população do continente, sem requerer esforço algum. A representação dos africanos, com traços caricaturais, reflete o pensamento da época em que Hergé produziu a obra. Embora se reconheça o contexto histórico, é difícil ignorar a forma como Tintim se estabelece como um sábio e mestre entre os habitantes do Congo, retratados como simplórios e facilmente dominados. A narrativa reforça uma hierarquia em que todos os líderes institucionais são brancos, e os africanos são reduzidos a figuras rudimentares, com um vocabulário limitado a expressões como "branco mal" e "senhor".


 

Em uma reflexão tardia sobre sua obra 'Tintim no Congo', publicada originalmente em fascículos no suplemento juvenil 'Le Petit Vingtième' entre junho de 1930 e junho de 1931, o renomado cartunista belga Hergé admitiu, com uma moderação característica, a presença de elementos racistas e culturalmente ofensivos. O reconhecimento veio durante uma entrevista concedida ao escritor, ator e cineasta congolês Numa Sadoul em 1975, na qual Hergé expressou seu ponto de vista sobre as controvérsias que cercavam a narrativa.

 

"Em 'Tintim no Congo', assim como em 'Tintim no País dos Sovietes', é fato que eu estava alimentado dos preconceitos da sociedade burguesa onde eu vivia… Eram os 1930. Eu só sabia coisas sobre esses países a partir do que as pessoas diziam naquele tempo: 'Os africanos são umas grandes crianças… Que bom para eles que nós estamos lá!, etc.' Então eu representei os africanos de acordo com esses critérios, com o puro espírito paternalista que então existia na Bélgica."


 

Em 2007, a obra 'Tintim no Congo' enfrentou severas restrições no Reino Unido, sendo retirada de circulação e posteriormente realocada da seção infantil para a adulta nas livrarias. Paralelamente, a Biblioteca Pública de Nova York também impôs limitações ao acesso ao livro. Contudo, o episódio mais emblemático de contestação ocorreu em 2010, quando o cidadão congolês Bienvenu Mbutu obteve êxito em sua denúncia perante o tribunal de Bruxelas, um litígio que se arrastava desde as controvérsias de 2007. O desfecho do caso resultou na absolvição de Hergé e de 'Tintim no Congo', sob a justificativa de que, "considerando o contexto da época, não se configurava uma intenção discriminatória por parte de Hergé".

 

'Tintim no Congo' provocou intensos debates no âmbito dos direitos dos animais após a Segunda Guerra Mundial, devido a representações de crueldade contra animais. A obra apresenta cenas que podem ser consideradas perturbadoras para aqueles que prezam pelo bem-estar animal, como a ocasião em que Tintim remove a pele de um macaco abatido e a utiliza como disfarce para enganar outro primata. Em outro momento, o protagonista insere um explosivo no interior de um rinoceronte, revelando um tratamento desrespeitoso e violento para com a fauna local.


 

Embora Hergé tenha, em retrospectiva, buscado atenuar as representações problemáticas em sua obra, republicando-a com diálogos e exposições menos ofensivas, a natureza condescendente e estereotipada do tratamento dado aos congoleses na narrativa permanece inegável. A questão que se impõe é: seria concebível uma abordagem distinta em 1931? A resposta é afirmativa, mas a prática corrente da época era, inegavelmente, impregnada de preconceitos. A imposição de restrições ao quadrinho, seja por meio de proibições ou outras formas de censura, é considerada contraproducente e inadequada. A abordagem mais construtiva reside na contextualização da obra, mediante a inclusão de um prefácio elaborado por um historiador, que apresente o livro à luz do contexto histórico em que foi concebido.

 

A obra 'Tintim no Congo', para além das controvérsias que a cercam, revela-se intrinsecamente problemática em sua essência narrativa. Superado o debate sobre as representações racistas, emerge um defeito ainda mais flagrante: a notória fragilidade da qualidade artística. Em meio a esse panorama desfavorável, a arte gráfica se destaca como um dos poucos elementos que não despertam desconforto, especialmente no que tange à paleta de cores adotada a partir da segunda edição. Essa escolha cromática, ao harmonizar-se com a atmosfera da região retratada, confere à obra uma identidade visual coesa e duradoura, auxiliando o leitor a estabelecer uma conexão geográfica precisa com o território em questão.


 

O cerne da problemática desta HQ reside em sua narrativa textual, que se revela caótica e desprovida de coesão. A trama se desenrola em uma sucessão vertiginosa de eventos, alternando abruptamente entre o cotidiano atribulado de Milu e as controversas aventuras de Tintim em solo africano. No ínterim, somos confrontados com uma missão de cunho religioso e a figura estereotipada de um feiticeiro nativo malévolo. Essa miscelânea de acontecimentos, encadeados de forma abrupta e sem transições fluidas, compromete a construção de uma narrativa sólida e envolvente. A ausência de um fio condutor que interligue os eventos e a falta de um clímax satisfatório resultam em uma experiência de leitura fragmentada e insatisfatória. Do ponto de vista narrativo, os únicos momentos que se destacam pela qualidade são a abertura, que desperta a curiosidade do leitor, e o encerramento, que oferece um breve vislumbre de resolução.

 


A narrativa de Hergé frequentemente se apoia no expediente do "deus ex machina", uma manobra que introduz elementos improváveis para resgatar Tintim de seus apuros. Essa estratégia, embora eficaz em resolver os impasses da trama, resulta em situações que beiram o absurdo e desafiam a lógica, distanciando-se da verossimilhança. A recorrência desse artifício, em minha opinião, compromete a qualidade da obra e impede que eu me conecte emocionalmente com as aventuras de Tintim.

 

A leitura de 'Tintim no Congo' evoca problemáticas similares às encontradas em 'Tintim no País dos Sovietes'. A transposição para o formato de graphic novel expõe uma sequência de situações inverossímeis e extravagantes que, embora possam entreter o público infantil, tornam-se redundantes e enfadonhas para leitores mais experientes. A estrutura original da narrativa, concebida para publicação em tiras semanais em um jornal, talvez permitisse uma absorção mais gradual desses elementos. Contudo, a leitura contínua em um único volume exacerba a artificialidade das soluções "deus ex machina", comprometendo a riqueza da narrativa e prejudicando a imersão do leitor.


 

Apesar de sua inegável problemática, marcada por um viés historicamente racista e um tratamento desrespeitoso aos animais, 'Tintim no Congo' transcende a mera classificação de "álbum ruim". A obra se erige como um documento histórico crucial para a nona arte, um artefato cultural que nos convida a uma profunda reflexão sociológica. Através de suas páginas, somos compelidos a examinar criticamente o processo artístico em si, bem como os significados antropológicos que uma narrativa infantil pode adquirir ao longo do tempo. Longe de ser uma obra de consumo rápido, "Tintim no Congo" exige múltiplas leituras e análises, revelando camadas de complexidade que desafiam interpretações superficiais.







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