Transformers Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 16 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2024

★★★☆☆
A franquia "Transformers" de Michael Bay, inspirada nos brinquedos da Hasbro e na série animada dos anos 80, apresenta robôs alienígenas gigantes com a capacidade de se transformarem em diversos veículos. No entanto, a decisão de transformar esses personagens icônicos em elementos cômicos e muitas vezes obscenos, como máquinas que fazem piadas e cometem atos impróprios, foi no mínimo a escolha errada.
Durante anos os Autobots e os Decepticons, duas raças alienígenas robóticas, duelaram em Cybertron, seu planeta natal. Esta guerra fez com que o planeta fosse destruído, resultando que os robôs se espalhassem pelo universo. Megatron, o líder dos Decepticons, vem à Terra em busca da Allspark, um cubo de Cybertron que possibilita que qualquer aparelho eletrônico seja transformado num robô com inteligência própria. Megatron encontra a Allspark, mas fica congelado no Ártico. Décadas depois outros Decepticons chegam à Terra, numa tentativa de encontrar a Allspark. Seu surgimento logo alerta os principais países, em especial os Estados Unidos, que tem uma base militar no Qatar atacada. Enquanto o Secretário de Defesa John Keller (Jon Voight) tenta descobrir o que está havendo, reunindo todas as forças e informações possíveis, o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf) tem preocupações mais simples: conseguir uma boa nota no colégio, o que lhe garantirá seu 1º carro. Mas o que ele não esperava era que o veículo escolhido, um Camaro antigo, tinha vida própria.
Quem já assistiu a filmes como "Bad Boys 2" e "Pearl Harbor" sabe que Michael Bay é mestre em criar sequências de ação frenéticas e explosões grandiosas. Em "Transformers", essa fórmula é aplicada ao extremo, mas o que sobra são efeitos visuais impressionantes e pouco mais. A ausência de um enredo coeso, diálogos bem construídos e personagens com os quais o público possa se identificar torna o filme superficial e esquecível.
A essência de "Transformers" reside nas espetaculares transformações de seus robôs interestelares, um conceito que parece ter emergido direto da imaginação infantil. A complexidade visual dos filmes é impressionante: enquanto um brinquedo Optimus Prime original tinha cerca de 50 peças, a versão cinematográfica contava com 10.000 peças, resultando em animações mecânicas que superam em muito qualquer experiência proporcionada pelos brinquedos.
A franquia "Transformers" eleva os efeitos sonoros a outro patamar. Michael Bay os utiliza como uma arma narrativa, intensificando cada cena e criando uma experiência auditiva inesquecível. A icônica transformação dos veículos é acompanhada por uma sinfonia metálica que define a identidade sonora de cada Transformer, refletindo suas características únicas.
As épicas batalhas entre Autobots e Decepticons são um frenesi de caos e destruição com explosões ensurdecedoras. O choque metálico de corpos gigantescos se chocando ecoava em cada explosão, criando uma sinfonia de guerra que intensificava a adrenalina a cada segundo, transportando o espectador para o coração da batalha.
O filme "Transformers" nos brinda com um espetáculo visual de transformações, onde robôs gigantes se reconfiguram em veículos com uma fluidez impressionante. A dança de metal e a complexidade dessas metamorfoses são hipnotizantes, oferecendo um deleite para os olhos. No entanto, a rapidez e a complexidade das transformações podem tornar difícil acompanhar cada detalhe, deixando o espectador maravilhado, mas às vezes confuso.
Apesar de alguns lampejos de nostalgia, a falta de compreensão de Michael Bay sobre o apelo original dos Transformers nos anos 80 é evidente. Sua declaração de que nunca foi fã da franquia antes de dirigir os filmes explica em grande parte a sensação de que algo está faltando em suas adaptações.
Inicialmente, Michael Bay recusou a oferta de Steven Spielberg para dirigir o filme, considerando-o "estúpido e bobo". No entanto, ao perceber o potencial comercial da produção, ele reconsiderou sua decisão e pediu uma nova chance. Uma pena, talvez um diretor fã da marca Transformers poderia ter feito um trabalho melhor.
"Transformers" impressiona com as transformações dos robôs em veículos e sabe mexer com o sentimento de nostalgia dos amantes da marca, além de acrescentar um bom trabalho de efeitos sonoros. Porém o filme é só mais um blockbuster de infinitas explosões grandiosas, sem história e personagens interessantes.
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