Transformers: A Vingança dos Derrotados Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 18 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2024

★★☆☆☆
Em "Transformers: A Vingança dos Derrotados", Michael Bay eleva a aposta na pirotecnia e no caos, entregando um espetáculo visualmente frenético e narrativamente confuso. O filme, mais próximo de um comercial de longa duração do que de uma narrativa coesa, parece ter como único objetivo saturar o público com explosões e sequências de ação intermináveis, em detrimento de um roteiro consistente e personagens desenvolvidos.
Sam (Shia LaBeouf) e Mikaela (Megan Fox) voltam a ficar na mira dos Decepticons, que desta vez precisam do rapaz vivo, já que ele detém conhecimentos valiosos sobre as origens dos Transformers e como aconteceu a história dos robôs neste planeta. Em paralelo, os militares americanos e uma força internacional unem-se aos bons Autobots para enfrentar os vilões.
A pressa imposta pela iminente greve dos roteiristas em 2008 forçou Michael Bay a iniciar a pré-produção de "Transformers: A Vingança dos Derrotados" com um roteiro apenas esboçado. A versão final, escrita em tempo recorde durante a pré-produção, reflete essa urgência, apresentando uma trama fragmentada, diálogos clichês e uma colagem de ideias visuais, tudo isso produzido com um orçamento milionário.
A sequência exagera tudo o que funcionou no primeiro filme. A ação frenética e a violência excessiva, elementos que atraem o público, tornam-se tão intensas que o filme se perde em um caos visual, com personagens estereotipados e efeitos especiais que mais confundem do que impressionam.
A falta de familiaridade com o ambiente e os elementos da trama impede que o espectador se conecte emocionalmente com o caos encenado por Michael Bay. Sem esse investimento pessoal, a explosão de elementos visuais e sonoros se torna um excesso vazio, criando um filme paradoxal: repleto de tudo e ao mesmo tempo carente de profundidade.
A cena inicial de Fox, sentado em uma moto com a traseira para cima, já revela a verdadeira função de seu personagem. LaBeouf cumpre seu papel, mas assim como seus companheiros robôs, parece precisar de uma manutenção periódica. No entanto, Bay, Spielberg e os demais diretores parecem ter diminuído a importância dos personagens humanos, relegando-os a simples figurantes.
As batalhas de robôs gigantes são um espetáculo visual impressionante, mas a overdose de explosões e combates acaba tornando tudo um pouco monótono. A falta de um cenário mais definido e consequências reais para as ações dos personagens faz com que a experiência seja mais superficial, como assistir a um show pirotécnico sem uma história para contar.
A busca por uma filosofia artística ou qualquer tipo de inteligência por trás de "Transformers: A Vingança dos Derrotados" é uma jornada fútil. O filme é um turbilhão caótico e agressivo que, ao invés de estimular o pensamento, induz a um estado de atordoamento. A maior parte da produção é simplesmente repulsiva, carente de qualquer substância que transcende a mera exibição de efeitos especiais.
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