Transformers: O Lado Oculto da Lua Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 22 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2024

★★☆☆☆
Nascidos da mente da Hasbro e de uma ideia aparentemente simples - robôs que se transformam em veículos -, os Transformers dominaram as telinhas e as prateleiras nos anos 80. A franquia cinematográfica, por sua vez, é um sucesso indiscutível de bilheteria, mas carece de profundidade e inovação. Apesar dos efeitos visuais impressionantes, os filmes se resumem a uma sucessão de explosões e frases de efeito, sem oferecer uma narrativa realmente envolvente.
Liderados por Optimus Prime, os Autobots Bumblebee, Ratchet, Ironhide e Sideswipe estão de volta à ação, enfrentando os malignos Decepticons, que estão determinados a vingar sua derrota. Agora, Autobots e Decepticons envolvem-se em uma perigosa corrida espacial entre os EUA e a Rússia, e mais uma vez o humano Sam Witwicky sairá em auxílio de seus amigos robôs. Novos personagens incluem Shockwave, o regente de Cybertron, que acompanha o embate das facções robóticas na Terra.
"Transformers: O Lado Oculto da Lua" continua a tradição da franquia, entregando um espetáculo visual de tirar o fôlego. As transformações épicas e a destruição em grande escala garantem momentos de pura adrenalina, consolidando a saga como sinônimo de entretenimento explosivo.
Michael Bay entrega mais uma vez sequências de ação espetaculares e em grande escala, com batalhas épicas, perseguições alucinantes e explosões de tirar o fôlego. No entanto, a busca por efeitos visuais grandiosos e momentos memoráveis exige que o espectador suspenda a descrença em diversas ocasiões, como na icônica cena do prédio inclinado. A grandiosidade da ação, embora impressionante, às vezes beira o absurdo.
A ação frenética em "Transformers: O Lado Oculto da Lua' é tão exagerada que se torna cansativa. A overdose de explosões e barulho torna o filme exaustivo, com cenas repetitivas e um clímax sem impacto. A sensação é de que o filme se arrasta, e o espectador anseia pelo fim.
A franquia Transformers sempre impressionou com suas transformações de robôs em seres complexos e visualmente impactantes. No entanto, "O Lado Oculto da Lua" exagera nessa fórmula, sacrificando a profundidade dos personagens humanos em prol de sequências de ação espetaculares. A vida orgânica, nesse contexto, parece apenas um adereço para as batalhas entre máquinas.
Shia LaBeouf volta a encarnar o atrapalhado Sam Witwicky, mas dessa vez seu personagem tem traços alienígenas e soa estranho na tela. Megan Fox ficou no passado e agora é a vez de Rosie Huntington-Whiteley, a modelo da Victoria's Secret, tentar dar vida à nova interesse amoroso. John Malkovich, Ken Jeong e outros rostos conhecidos completam o time de humanos que se envolvem nessa nova aventura dos Transformers.
Em "Transformers: O Lado Oculto da Lua", os humanos servem apenas como pano de fundo para as batalhas robóticas, reagindo com expressões de susto e frases soltas. A falta de profundidade nos personagens e a monotonia da fórmula já conhecida tornam o filme previsível. Enquanto outras obras de ficção científica exploram a dinâmica entre humanos e robôs, a franquia privilegia a explosão e a ação desenfreada, garantindo o sucesso comercial, mas sacrificando a complexidade narrativa.
A história apresentada no roteiro carece de profundidade, seguindo uma fórmula já conhecida e previsível. Os personagens são estereotipados e pouco desenvolvidos, enquanto os diálogos soam genéricos e não contribuem para o desenvolvimento da trama. Embora se destaque ligeiramente dos demais filmes da franquia, "Transformers: O Lado Oculto da Lua" ainda sofre com um roteiro fraco, que não consegue engajar o espectador.
"Transformers: O Lado Oculto da Lua" é como um disco riscado: a mesma música, a mesma letra, só que em uma nova capa. A ação é tão frenética que você vai sair do cinema com o cérebro fervendo, mas a história? Ah, a história... Se você é fã de robôs que se transformam em carros, aviões e até geladeiras, prepare-se para mais uma overdose de metal e explosões. Mas se você procura algo um pouco mais inteligente, talvez seja melhor procurar em outro planeta.
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