Transformers: O Último Cavaleiro Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 1 de jan.
- 3 min de leitura

★★☆☆☆
"Transformers: O Último Cavaleiro" é a quinta parcela da popular franquia de filmes de ação e ficção científica, e traz uma nova reviravolta para a história dos Autobots e Decepticons. Neste filme, a relação entre humanos e Transformers se deteriora ainda mais, culminando em uma guerra aberta. Optimus Prime, o líder dos Autobots, encontra-se em uma jornada para descobrir a verdade sobre a criação dos Transformers e a ameaça que paira sobre a Terra.
É fútil analisar "Transformers: O Último Cavaleiro". Essa quinta parte da franquia de Michael Bay é a personificação do que há de mais excessivo e superficial no cinema blockbuster. Apesar do sucesso comercial dos filmes anteriores, pouco há aqui para atrair novos espectadores, a não ser aqueles já acostumados com o estilo frenético e explosivo da série.
As primeiras cenas de 'O Último Cavaleiro' são de tirar o fôlego, com bolas de fogo cortando o céu sobre a imponente montanha Paramount. Michael Bay reinventa o mito arturiano, entregando uma batalha épica que eclipsa qualquer outra versão cinematográfica, com explosões, cavaleiros em embates frenéticos e um dragão mecânico de três cabeças que aterroriza o campo de batalha, deixando um rastro de destruição.
A promessa de uma nova direção é rapidamente abandonada após a abertura, e o filme se volta para o público já familiarizado com a franquia. A fórmula consagrada, com explosões grandiosas e cenas de ação intermináveis, agrada aos fãs, mas pouco inova e pode deixar novos espectadores entediados.
Em “O Último Cavaleiro”, Michael Bay amálgama elementos históricos (Rei Arthur, Segunda Guerra Mundial, Stonehenge) e ficção científica (alienígenas, espaçonave futurista) em uma trama frenética que se desenrola em cenários variados, desde Chicago até o fundo do mar. A mistura de elementos, embora grandiosa, resulta em uma narrativa complexa e, por vezes, confusa.
Anthony Hopkins parece perdido em um devaneio. O icônico mordomo de 'Downton Abbey' empresta sua voz a um robô, em um papel que soa mais como uma participação especial do que uma construção complexa. Stanley Tucci, por sua vez, reimagina Merlin em um estilo que lembra as paródias de 'Monty Python e o Cálice Sagrado', adicionando um toque de humor à trama. Já John Turturro passa a maior parte do filme confinado a uma cabine telefônica em Cuba, em uma escolha narrativa que parece mais excêntrica do que significativa. “Transformers: O Último Cavaleiro” continua sua tradição de reunir um elenco de grandes nomes, mas falha ao desenvolver personagens com profundidade, transformando-os em meras peças de um quebra-cabeça visualmente impressionante, mas narrativamente confuso.
"O Último Cavaleiro" não se preocupa em contar uma história que faça sentido; o objetivo é apenas bombardear o espectador com uma enxurrada de imagens frenéticas. A experiência inicial pode ser leve e divertida, mas a falta de substância logo se torna cansativa. A direção de Bay demonstra que a ação desenfreada, sem um propósito claro, pode ser mais entediante do que emocionante. A partir da metade do filme, a luta era para não pegar no sono.
A exuberância visual de Bay domina a tela, com imagens em IMAX 3D que transportam o espectador para o espaço sideral e as profundezas do oceano. A lua alienígena, uma criatura cósmica que se agarra à Terra, é uma das muitas visões espetaculares que o diretor nos presenteia. No entanto, a profundidade narrativa e a complexidade dos personagens ficam em segundo plano, perdidas em meio a explosões e efeitos visuais. Bay reimagina clássicos como o Rei Arthur e “Independence Day”, mas sua abordagem superficial e centrada no espetáculo visual os transforma em meras cópias.
Esta seria a última temporada de Bay como diretor. Apesar de suas tentativas de entreter com cenas de ação espetaculares, como perseguições em drones e carros, e até mesmo um clímax em Stonehenge, a série não conseguiu evitar momentos tediosos. É surpreendente como uma produção com tanto potencial técnico e um elenco talentoso resultou em uma experiência tão inconsistente.
Com um roteiro fragmentado e personagens caricatos, "Transformers: O Último Cavaleiro" sacrifica a profundidade em nome da ação frenética. A overdose de efeitos especiais, embora impressionante tecnicamente, acaba sufocando a narrativa e tornando a experiência cinematográfica cansativa. Um filme que apela para o puro espetáculo, esquecendo-se da importância de uma boa história.
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