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Um Estranho no Ninho Resenha

  • Foto do escritor: Vinicius Monteiro
    Vinicius Monteiro
  • 20 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura
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Esse texto pode conter possíveis SPOILERS.

 

Sinopse: O livro relata a história de McMurphy, que é preso e, para fugir dos trabalhos da prisão, resolve fingir-se de louco. Enviado ao manicômio, McMurphy começa a viver uma triste e difícil realidade.

 

Resenha: O autor Ken Kesey começou a escrever "Um Estranho no Ninho" em 1959, que foi publicado em 1962 em meio ao Movimento dos Direitos Civis e profundas mudanças na forma como a psicologia e a psiquiatria estavam sendo abordadas nos Estados Unidos. Um dos pontos altos dessa obra literária é fazer o leitor questionar a ideia de "insanidade" que existia na época, se perguntando o quanto isso é uma doença, e o quanto é simplesmente intolerância.

 

"Um Estranho no Ninho" para mim se destaca em vários pontos, mas os personagens Chefe Bromden e Randle McMurphy são o que há de melhor aqui, pois a fala em primeira pessoa conduz muito bem o leitor ao longo da trama, porém a narrativa é confusa no início até começar a perceber que Chefe Bromden sofre de alucinações.

 

O nível de detalhe e precisão em que Ken Kesey descreve as emoções de seus personagens são uma das melhores partes da obra. Alguns episódios podem ser desorientadores, alguns momentos me fizeram questionar, não só a sanidade dos personagens, mas a minha própria compreensão da história.

 

O personagem Randle McMurphy é o que mais carrega a crítica que o autor quer passar, já que ele finge ser louco, em um certo momento ele expressa essa ideia dizendo que o grupo de pacientes na enfermaria, apesar de algumas atitudes, parecem homens normais para ele. É através desse personagem que conseguimos criar uma visão mais clara sobre a crítica do autor.

 

"Um Estranho no Ninho" nos leva para um manicômio que entrega alguns momentos difíceis de ler. A obra leva o leitor para os tratamentos que esses pacientes recebem como parte de sua "recuperação". Além dos medicamentos, os pacientes também são expostos à terapia de eletrochoque ou, em alguns casos, à psicocirurgia. Uma certa melhora nos procedimentos e seus efeitos é sugerida por alguns personagens quando comparado ao passado, mas ainda assim, alguns deles são perigosos e têm efeitos colaterais graves.

 

O livro retrata uma ala onde esses tratamentos não são usados apenas para ajudar na recuperação, mas também como punição. A enfermeira chefe, Ratched, tem controle total sobre seu local de trabalho, os pacientes e os membros da equipe, usando sua natureza manipuladora para intimidar a todos.

 

Ratched não reside em sua crueldade aberta, mas em seus métodos de humilhação e sua maneira impecável de manipular as pessoas para fazê-las acreditar que estão tomando suas próprias decisões, em vez de serem controladas por ela. Ela tem ódio dentro de si, o que a torna impiedosa e produz o medo das pessoas sob sua influência.

 

A descrição de Chefe Bromden dá a ela traços de monstro e a aponta como agente de Combine. "Um Estranho no Ninho" apresenta um dos personagens mais interessantes que já conheci na literatura, a enfermeira é um vilão bem construído, e pensar que realmente alguns profissionais na época tinha esse mesmo comportamento da personagem achando no direito de humilhar os pacientes.

 

Eu também gostei da construção do personagem McMurphy, que não é nenhum herói. Ele age de acordo com sua conveniência, sempre tentando obter lucro, uma característica que Ratched destaca sempre que tem a chance, juntamente com a vida criminosa que ele levou antes de ser enviado ao hospital. No decorrer da história, McMurphy passa por uma transformação. Acho que, em um certo nível, ele começa a entender por que os homens se comportam da maneira que se comportam. Ele começa a entender seus medos e a sentir real consideração por alguns deles.

 

Essa é uma obra completamente cativante, brilhante e povoada por personagens inesquecíveis. Apesar de ser confuso em alguns momentos e ter algumas partes desnecessárias, a narrativa ainda sim é fluida. O autor Ken Kesey entrega uma escrita um pouco exagerada e sua história é o óbvio enredo "homem contra o sistema", mas a sua obra é madura em tudo o que propõem a entregar. Os temas abordados em "Um Estranho no Ninho" permanecem atemporais.

 

A obra foi adaptada para uma peça de 1963, estrelando Kirk Douglas (que comprou os direitos para produzi-lo para o teatro e cinema) como McMurphy e Gene Wilder como Billy Bibbit. Uma adaptação para o cinema, estrelada por Jack Nicholson, foi lançada em 1975 ganhando cinco Oscar.

 

Os personagens da enfermeira Ratched e do chefe Bromden aparecem como personagens recorrentes na série "Era uma Vez", onde são interpretados por Ingrid Torrance e Peter Marcin. A Netflix e Ryan Murphy produziram uma série prequela intitulada "Ratched", que segue Sarah Paulson como uma versão mais jovem da enfermeira Ratched. 

 

Nota: 8


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