Velozes e Furiosos 10 Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 5 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de dez. de 2024

★★☆☆☆
Ao longo de muitas missões e lutando contra todos os obstáculos impossíveis, Dom Toretto e sua família foram mais espertos, mais furiosos e mais rápidos do que todos os inimigos em seu caminho. Agora, eles enfrentam o seu oponente mais letal: uma ameaça terrível das sombras do passado, alimentada por sede de vingança e determinada a destruir esta família e a destruir tudo - e todos - que Dom mais ama.
A cada novo filme, a franquia "Velozes e Furiosos" eleva o nível de improbabilidade, e "Velozes e Furiosos 10" não é exceção. A trama, que desafia qualquer lei da física, é acompanhada por atuações caricatas e acrobacias cada vez mais absurdas. A fórmula que já foi tão bem-sucedida parece ter se esgotado, deixando a franquia sem rumo e sem a mesma emoção dos primeiros filmes.
A franquia "Velozes e Furiosos" sempre foi mais conhecida por suas sequências de ação e personagens carismáticos do que por tramas complexas. No décimo filme, a história se conecta ao passado, mais especificamente ao quinto filme, onde a morte de Hernan Reyes às mãos de Dom e Brian plantou a semente da vingança em seu filho, Dante. Agora, anos depois, Dante ressurge das sombras, impulsionado por um desejo insaciável de destruir tudo o que Dom Toretto ama, em uma vingança meticulosamente planejada.
A décima entrega da saga "Velozes e Furiosos" demonstra os perigos da repetição excessiva. A cinegrafia frenética e o uso desenfreado de efeitos especiais, embora impressionantes à primeira vista, não conseguem ocultar a escassez de conteúdo significativo. A ausência de momentos genuínos de perigo e a superficialidade dos personagens transformam o filme em uma montanha-russa emocionalmente vazia, onde a explosão constante de carros e prédios não compensa a falta de alma.
Ver quatro atores premiados com o Oscar se arriscando em um monte de besteira é, no mínimo, curioso. Uns acham divertido, outros, um mico. Mas uma coisa é certa: o Statham mostrou que tem mais gingado e simpatia que todo mundo junto em "Velozes e Furiosos".
Jason Momoa, conhecido por seu papel em Aquaman, tenta inovar ao incorporar um vilão queer extravagante, Dante, à franquia. No entanto, a caracterização de Dante como um estereótipo exagerado de um vilão Disney, com piadas constantes e um comportamento caricato, gera um desequilíbrio tonal. A presença de um personagem que parece existir apenas para ridicularizar os outros e zombar de tudo à volta são desnecessariamente exagerada e desconexa do restante da narrativa.
Apesar de sua longa duração, "Velozes e Furiosos 10" deixa a sensação de um filme inacabado. A narrativa é interrompida no clímax, sem oferecer um desfecho satisfatório para as diversas tramas apresentadas. A decisão de dividir a história em duas partes (ou três!), embora seja uma estratégia comum em blockbusters, pode frustrar o público que busca uma experiência cinematográfica completa. Enquanto os fãs mais dedicados podem estar dispostos a esperar pela continuação, espectadores casuais podem se sentir enganados e desinteressados pela franquia.
O público de hoje parece ter perdido o interesse em uma boa história. A preferência é por explosões e personagens já conhecidos, criando uma fórmula cansativa. "Velozes e Furiosos 10" é um exemplo claro disso, uma comédia exagerada que mais uma vez, parodia sua própria franquia.
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