Volume Morto Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 23 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2024

★★★☆☆
Uma jovem professora se mobiliza para resolver o estranho caso de um menino mudo, de sete anos de idade, mas acaba se tornando a principal suspeita do problema.
Com apenas 1h16m de duração, "Volume Morto" de Kauê Telloli concentra toda sua força em um único ambiente, explorando a dinâmica de apenas quatro personagens. A curta duração e a restrição de espaço intensificam a tensão dramática, tornando a experiência ainda mais envolvente. A excelência técnica do filme é evidente em cada plano, contribuindo para uma atmosfera claustrofóbica.
A inquietação psicológica se dá através da trilha sonora tensa, encaixada em tomadas com planos fechados. Há um ótimo trabalho da montagem de Bruno Autran, bem como do o seu também trabalho de decupagem. Outro elemento que contribui para a atmosfera de nervosismo, é o uso de cortes com takes do corredor vazio da escola.
A fotografia possui tons gelados com uma iluminação fúnebre, e a direção de arte aplica tons quentes em determinados momentos. A direção de arte desempenha um bom papel ao inserir o espectador na confusão psicológica dos personagens, em uma mistura de angústia, ansiedade e raiva.
O mistério de "Volume Morto" prende o espectador do início ao fim, mas deixa lacunas significativas na narrativa. O quebra-cabeça proposto é intrigante, mas o desfecho aberto deixa o público sem respostas definitivas, oferecendo apenas possibilidades a serem interpretadas.
"Volume Morto" apresenta uma premissa interessante e provoca reflexões importantes, mas tropeça em alguns aspectos da sua execução. A ousadia da produção é notável no cenário do cinema brasileiro, e o filme, apesar de suas falhas, é uma experiência que vale a pena.
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