Wonka Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 16 de ago. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 7 de jan.

★★★☆☆
Um jovem Willy Wonka, cheio de sonhos grandiosos e um talento inigualável para a confeitaria, embarca em uma jornada inspiradora para transformar o mundo com suas criações deliciosas. Ao lado de personagens excêntricos e enfrentando diversos desafios, Wonka busca superar os obstáculos que o impedem de alcançar seus objetivos. Neste prelúdio à sua icônica fábrica de chocolate, acompanhamos a formação do gênio criativo e acompanhamos seus primeiros passos em direção à fama e à fortuna.
O filme "Wonka", prequela de "A Fantástica Fábrica de Chocolate", conquista o público com seu tom divertido e cativante. Através da jornada do jovem Willy Wonka, somos guiados por um mundo excêntrico e multicolorido, onde a imaginação não tem limites.
Timothée Chalamet encanta na pele do jovem Willy Wonka em "Wonka", conquistando tanto a crítica quanto o público. Sua atuação transborda carisma e talento, capturando a essência excêntrica e sonhadora do icônico personagem de forma inovadora. O ator também demonstra grande sensibilidade ao explorar os momentos mais sombrios da vida de Wonka, criando um retrato multifacetado e comovente de um personagem complexo.
Paul King, aclamado diretor dos filmes "Paddington" e "Paddington 2", traz sua assinatura única para o mundo mágico de "Wonka". A visão do diretor para o longa-metragem se destaca pela combinação de elementos visuais deslumbrantes, humor cativante e momentos musicais empolgantes. A paleta de cores vibrantes, os cenários grandiosos e os detalhes intrincados transportam o espectador para um universo lúdico e encantador. A direção de Paul King é marcada pela paixão e pelo respeito pelo material original. Ele celebra a magia e a criatividade da história de Roald Dahl, criando um filme que encanta e emociona.
A trilha sonora do filme é uma mistura vibrante de músicas originais e clássicas, composta por Joby Talbot e Neil Hannon. Enquanto algumas músicas são contagiantes pela nostalgia, como "A Hatful of Dreams" e "Pure Imagination", outras são mais sombrias e atmosféricas, refletindo os momentos mais tensos do filme, porém as novas canções soam genéricas.
O elenco coadjuvante de "Wonka" é um grupo talentoso e experiente de atores que dão vida aos personagens excêntricos e maravilhosos do mundo de Willy Wonka. Eles são muitos e isso é um problema. Apesar de apresentarem visuais marcantes, muita excentricidade e até mesmo algumas histórias de fundo, eles sofrem com a falta de desenvolvimento profundo. São figuras que orbitam o excêntrico Willy Wonka, mas não recebem a devida atenção para se tornarem realmente memoráveis ou cativantes.
No início do filme, a história se desenrola rapidamente, apresentando a infância de Willy Wonka e sua obsessão por chocolate. Essa fase inicial é repleta de ação e humor, prendendo a atenção do público. No entanto, após Wonka se tornar um adulto e abrir sua fábrica, o ritmo do filme diminui consideravelmente. As cenas se tornam mais longas e contemplativas, com menos diálogos e mais foco nos detalhes visuais.
Essa mudança abrupta de ritmo pode desorientar o espectador, que se acostumou com a narrativa rápida e dinâmica do início. A falta de ação e a lentidão das cenas podem tornar o filme arrastado e até mesmo entediante em alguns momentos.
As subtramas, que se concentram nas histórias de outros personagens importantes, como a mãe de Wonka, muitas vezes parecem desconectadas da história principal. Isso resulta em um filme que parece fragmentado e carece de um fio condutor claro. Em alguns casos, as subtramas até mesmo distraem da história principal, confundindo o espectador e dificultando a compreensão geral do filme.
O filme está repleto de piadas, gags visuais e momentos absurdos, "Wonka" exagera na comédia, tornando-o demasiado leve e infantil para o público adulto. A duração é outro ponto excessivo do filme, com os seus 159 minutos e tantas subtramas desnecessárias, o longa-metragem poderia contar sua história de forma mais concisa e eficiente.
Assistir "Wonka" é como revisitar um sonho de infância. O filme usa da nostalgia para capturar os mais velhos, porém para o novo público, o longa-metragem pode até ser convidativo para o passeio em seu mundo charmoso e fantasioso, mas essa prequela com certeza não fará novos fãs.
A decisão de abandonar a caracterização tradicional dos Oompa-Loompas, interpretados por anões na versão original de 1971 e por atores maquiados no remake de 2005, é o ponto mais negativo do filme. O CGI falhou em capturar a personalidade marcante e o humor característico dos Oompa-Loompas. A figura digital, feita com a imagem do ator Hugh Grant sem carisma, é incapaz de despertar a mesma sensação de fascínio e estranheza do personagem nos filmes anteriores.
"Wonka" é um filme agridoce que diverte e encanta com seu visual exuberante e história nostálgica, mas tropeça em ritmo irregular e excesso de subtramas muito fragmentadas. Apesar das falhas, o filme oferece uma experiência cinematográfica única que pode agradar fãs da história original e despertar a curiosidade do novo público.
Comments